SEJAM BEM VINDAS, MAMÃES!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

MEU DEPOIMENTO SOBRE AMAMENTAÇÃO

Eu fiz mamoplastia redutora quando tinha 16 anos de idade. Recorri à cirurgia devido a problemas de coluna, causados pelos seios enormes...fora isso, eles nunca me incomodaram, sempre os achei lindos! Foi usada técnica corte em T invertido, com retirada total da aureola, e extraindo-se aproximadamente 500 gr de tecido de cada mama. Na época o cirurgião plástico jurou que eu amamentaria normalmente. A ginecologista, porém, disse que o médico jamais poderia me garantir isso, e q ela não conhecia nenhum caso de amamentação bem-sucedida em mulheres mamoplastizadas. Ainda assim, optei por fazer a cirurgia.
Anos depois, durante a gravidez, meus seios cresceram muito, mas não tive colostro. Tinha muito medo de não poder amamentar por isso li, me informei e estudei muito sobre o assunto. Meu filho nasceu às 38 semanas de gestação de parto cesárea, pois a bolsa rompeu, mas eu não tive dilatação, e a medica não quis esperar, nem induzir... mas isso é outro assunto. O bebê nasceu bem, porém com baixo peso, apenas 2,315 kg e 44 cm.
Continuei sem leite após o parto, embora tenha colocado o bebê no seio logo que pude, e na maternidade particular onde dei à luz não me deram NENHUM apoio especializado sobre amamentação (só fizeram espremer meu peito e colocar o bebê pra sugar, sem nenhuma ajuda ou orientação). Era um sofrimento até mesmo pra darem complemento de leite artificial no copinho, ao meu filho, o que só era feito quando ele já tava berrando de fome após sugar avidamente meu seio por horas, e eu havia pedido inúmeras pelo complemento às enfermeiras. Eu sabia que mães com parto cesárea demoram mais pro leite descer, e também sabia que havia o spray nasal de ocitocina pra ajudar. Porém por mais que eu pedisse pelo remédio, nenhum medico na maternidade se prontificava a me prescrevê-lo.
Três dias depois do parto recebemos alta e fui embora pra casa, eu sem leite, e meu filho com baixo peso (ele recebeu alta do hospital com 2,220 kg). Assim que cheguei em casa passei a usar o spary de ocitocina (por fim liguei pra minha antiga medica ginecologista, que não atendia mais pelo meu plano de saúde, e ela me deu o nome do remédio e explicou como usar). Mesmo sem leite, eu pingava a ocitocina no nariz, dava o peito pro bebê sugar por quanto tempo ele quisesse, e depois dava 30 ml de complemento de NAN 1 na mamadeira. Passados mais três dias, meu leite finalmente desceu. Fiquei TODA FELIZ crente que conseguiria amamentar exclusivo no peito, e parei de dar o complemento de leite artificial. 
PORÉM... com 10 dias de vida, levei meu filho pra sua 1ª consulta no pediatra, e ele havia perdido MUITO PESO: estava com apenas 2,010 kg!!! A médica pura e simplesmente me mandou passar pra mamadeira com até 90 ml de leite artificial... Mas claro que eu NÃO fiz isso. Depois de tanto sacrifício, não queria de forma alguma colocar o aleitamento materno em risco.
Por isso, no dia seguinte, fui procurar o banco de leite humano (BLH). No banco de leite senti que PELA 1ª VEZ estavam realmente dando atenção a mim e ao meu filho!!! Íamos lá três vezes por semana, ele era pesado a cada consulta, e lá aprendi a técnica de relactação com sonda. Passei um mês amamentando com sonda, a cada três horas, religiosamente. 
Tomei cápsula de alfafa, chá da mamãe da Weleda e Leitina (homeopático)... a única coisa que não tomei na tentativa de aumentar minha produção de leite foi Plasil, pois sabia que ele pode desencadear e piorar depressão pós-parto. Mas nem assim minha produção de leite aumentou. O que aumentava era a quantidade de leite artificial que eu precisava dar com a sonda: 30, 60, 90... chegou a 120 ml!!!
Ao fim de um mês, tudo aquilo já estava sendo muito dolorido e exaustivo pra mim e pro meu filho, pois nem mesmo meu bebê queria mais pegar o peito. Depois de uma séria conversa com a nutricionista pediátrica, chefe do BLH, decidi parar . Então ela me disse que em 17 trabalhando no BLH, anos nunca viu uma mãe que passou pelos mesmo problemas que eu conseguir amamentar exclusivo no peito. Chorei muito, foi muito difícil pra mim aceitar que não poderia amamentar meu filho por causa da MALDITA mamoplastia. Me senti a pior mãe do mundo, uma completa incompetente, mesmo tendo LUTADO TANTO PRA AMAMENTAR. Mas infelizmente, no meu caso, achei que essa era a melhor decisão e hoje, graças a Deus, meu filhote está crescendo lindo e saudável, mesmo com a mamadeira de leite artificial.
Na época em que estava sendo atendida no banco de leite, aprendi muita coisa sobre amamentação e também concluí que os médicos, inclusive os pediatras, sabem muito pouco (ou quase nada) sobre o assunto! Por isso recomendo a todas as mamães que porventura enfrentem QUALQUER TIPO DE DIFICULDADE com amamentação: PROCUREM O BANCO DE LEITE DA SUA CIDADE!!! Você poderá encontrar o banco de leite mais próximo à sua residência no site da “Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano”.
Eu também tenho o maior prazer de dividir com outras mães o pouco que aprendi sobre amamentação. Não pude amamentar meu filho, mas fico MUITO FELIZ se, com o meu parco conhecimento, ajudar outras mães a fazê-lo. Esse é um dos principais objetivos do presente blog!
(Foto do  meu filho, Cauã, sendo amamentado com sonda.)
CONCLUINDO...

Meu recado é: VALEU A PENA TODA MINHA LUTA PELA AMAMENTAÇÃO! Pra mim foi muito difícil e não pude estabelecer o aleitamento materno exclusivo, pois no meu caso isso era REALMENTE impossível. Mas mesmo tendo tido pouco leite, e amamentado por pouco tempo, VALEU A PENA! Se não fosse pelas preciosas orientações do banco de leite... meu filhote não teria mamado nada! O pouco que tivemos, foi um verdadeiro privilegio! Por isso, digo a todas as mães: NUNCA DESISTAM DE LUTAR PELA AMAMENTAÇÃO! Se informem, estudem e se preciso, busquem ajuda nos bancos de leite!

9 comentários:

  1. Olá Taicy, Li seu relato e me emocionei. Não tive o mesmo problema consegui amamentar meus dois filhos exclusivamente e até hj me sinto feliz com esta decisão.
    Meu caçula nasceu prematuro e vi a importância da amamentação enquanto ele estava internado e me cobravam ( os médicos) o meu próprio leite para alimenta-lo...e fiz de tudo (ele ficou 15 dias na UTI do PS), com o msm problema (spse+pnm) tinha mais 3 crianças com uma semana a mais internado que meu filho e ele por ser amamentado somente LM mesmo que pela sonda se recuperou mais rápido.
    Não consigo acreditar como ainda existem médicos que menosprezam o LM, hj meu caçulinha com 6 meses está pesando 8,500gr só de leite materno.
    Abraços

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  2. Oi Taicy, nossa, estou passando exatamente pelo que você passou, a diferença é que eu não passei por nenhuma cirurgia. Por coincidência, meu filho chama-se Cauã também. Então, meu leite demorou um pouco para descer, e quando veio achamos que ele estava mamando bem, pois mamava e adormecia. No entanto, após o terceiro dia de alta da maternidade, tivemos que interná-lo por causa de icterícia, e ele teria que mamar mais ainda, para poder eliminar na urina e nas fezes a bilirrubina. Bom, tivemos alta, numa terça e na sexta tivemos uma consulta com a pediatra que notou que ele tinha perdido muito peso e estava amareladinho de novo. Fomos ao núcleo de amamentação e acabamos percebendo, após a enfermeira tentar tirar um pouco de leite, que a minha produção estava baixíssima e que isso poderia ser por causa de stress. Imagina uma mãe tendo que internar o bebê e depois vendo que ele não ganhava peso... tudo isso me derrubou. Entramos com LA, mas usando o mamatuti(sonda-peito), ficamos por 1 mês, e cada vez mais ele pedia mais leite, tanto que chegamos em um ponto que as 70 ml do mamatuti não dava mais, e tínhamos que deixar leite preparado em outro recipiente para fazer a transferência. A única coisa que esse processo ajudou foi que meu leite não secou, pois a quantidade de LA só aumentou. Por incrível que pareça, ele era tão esperto, que puxava muito rápido e acabava rapidinho. Tentei tirar o leite com as mãos, mas não conseguia muita coisa, mas pelo pouco que vinha eu colocava junto no mamatuti. Com 2 meses, ele estava tomando 120 ml de LA, e eu comprei uma bombinha manual da Gtech e comecei a usar a ocitocina em spray. Consegui tirar no máximo 90 ml, mas a maioria das vezes eu tirava 60 ml e assim fui complementando com LA. Tentava dar o peito mas ele nem sugava, e largava logo. Com mais ou menos 2 meses e meio, ele já estava tomando leite no copo de treinamento NUK., e acredito eu por causa dele ele começou a mamar melhor no peito. Mas a minha felicidade não durou muito. Ele mama muito bem de manhã, mas durante o dia, fica no máximo 5 mim, e já começa a chorar e ficar impaciente, tento não forçar, para ele não associar o peito com um elemento negativo. Estou tirando leite ainda, mas muitas vezes não consigo, pois ele é muito ativo durante o dia e não tenho tempo pra tirar tranquila. Estou sofrendo muito, embora tenha ouvido inúmeros casos de mulheres que não conseguiram amamentar o primeiro filho. O que mais machuca são essas campanhas de amamentação, que pregam que amamentar é a melhor coisa e que transmite amor, etc. Podemos transmitir amor de várias maneiras e lógico que é a melhor coisa mas a maneira que é pregado é como se todas as mulheres pudessem amamentar. Sabemos, que muitas gostariam, mas por doença, ou porque o bebê não consegue pegar ou rejeita, enfim inúmeras situações em que simplesmente não conseguem.

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    1. Queridas, me emocionei com oque voces estao relatando. Tambem passei pelo mesmo. Minha filha com 10 dias teve ictericia por falta de leite e tive que dar o LA ate os 2 meses e meio. Depois de muita pesquisa na internet consegui aumentar o leite com o Miravit Lact , suco de uva integral, feijao preto e agora descobri a cerveja sem alcool. Isso pq nao posso tomar plasil, nem nenhum remedio antidepressivo. Mesmo assim ainda complemento. Acredito que nossa alimentacao eh muito deficiente e cheia de quimica que acaba afetando pois sao muitas mulheres que estao sem leite atualmente. Chega a ser um caso de saude publica e deveria ter uma pesquisa dos órgãos competentes sobre isso. O importante e a intenção e isso conceeteza eles sentem. Um grande bjo.

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  3. Muito obrigado pelo seu depoimento, ajuda bastante quem passa pelos mesmos problemas. Parabéns por ter a coragem de falar abertamente, já que muitas escondem esse fato.

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  4. Amei seu depoimento. Tive problemas com a amamentação do meu primeiro filho. Meu leite empedrou e eu só chorava de tanta dor. Fui a maternidade onde meu bb nasceu e as enfermeiras só me machucaram e falaram um monte de coisas sobre a produção do leite, q mais tarde descobri q era tudo besteira! Foi naquele abençoado banco de leite q encontrei minha salvação. Elas me ajudaram e cuidaram de mim e do meu bb. Por isso sempre falo do banco de leite pra todo mundo.
    Em relação a descida do leite, tive parto normal e o meu leite demorou pra descer. O obstetra de plantão me passou um remédio e mandou tomar apenas dois, um de manha e outro a tarde q ja resolveria o problema. Bastou um e o leite ja veio aos montes!

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  5. Vc acha que o maior problema para a sua amamentação foi por ter sido bastante reduzida a mama? Fiz a mamoplastia redutora também (retirei 500g de uma e 600g da outra) e ouvi relatos de outras mulheres que fizeram a redutora e conseguiram amamentar, porém não dizem se retiraram muito ou não..

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  6. Vc acha que o maior problema para a sua amamentação foi por ter sido bastante reduzida a mama? Fiz a mamoplastia redutora também (retirei 500g de uma e 600g da outra) e ouvi relatos de outras mulheres que fizeram a redutora e conseguiram amamentar, porém não dizem se retiraram muito ou não..

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  7. Vc acha que o maior problema para a sua amamentação foi por ter sido bastante reduzida a mama? Fiz a mamoplastia redutora também (retirei 500g de uma e 600g da outra) e ouvi relatos de outras mulheres que fizeram a redutora e conseguiram amamentar, porém não dizem se retiraram muito ou não..

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