(por
Taicy Ávila)
Quando
o seu filho der aquela grande birra, CONFIE NO PODER DO AMOR, abaixe-se até a
altura dele, olhe-o nos olhos, segure-o no colo, e console-o carinhosamente até
que ele se acalme, pois pôde contar com a sua empatia.
Quando
o seu filho chorar de madrugada, CONFIE NO PODER DO AMOR, dê-lhe colo,
embale-o, acarinhe-o, amamente-o e o nine até que ele adormeça, confiante que
seu como sempre estará ali para confortá-lo e protegê-lo.
Quando
o seu filho lhe pedir mil coisas que ele vê nas vitrines e propagandas, CONFIE
NO PODER DO AMOR, e, ao invés de abrir a carteira prontamente, sente-se com ele
no chão do quarto, do parque, da praia, e mostre-o que o melhor brinquedo de
todos está na sua companhia amorosa.
Quando
o seu filho lhe fizer milhares de perguntas, mesmo que embaraçosas, CONFIE NO
PODER DO AMOR; você não precisa saber todas as respostas, mas pode mostrar a
ele que vocês podem descobrir quase todas elas pesquisando, conversando,
refletindo juntos.
Quando
o seu filho fizer bagunça pela casa, CONFIE NO PODER DO AMOR, junte toda a
bagunça com ele, mostre-o como arrumar tudo, mesmo que pela milésima vez,
sabendo que o seu exemplo é melhor do que mil palavras.
Quando
o seu filho tiver problemas na escola, CONFIE NO PODER DO AMOR, mostre que você
está (e sempre estará) ali pra ajudá-lo. Compareça às reuniões e festividades
escolares, verifique diariamente a agenda escolar, faça as lições de casa junto
com ele, e principalmente, leia em voz alta para ele todos os dias antes de
dormir. Tenha certeza de que isso tudo mostrará a ele o quanto a aprendizagem
escolar é importante pra você, e que sempre poderá contar com a sua ajuda para
aprender mais e melhor.
Enfim,
quando todas as mil coisas pequenas, e também as mil coisas grandes, que possam
te afligir (ou até mesmo irritar) na criação dos seus filhos, lembre-se sempre
de CONFIAR NO PODER DO AMOR. Muitos lhe dirão que o seu filho precisa de “correção”:
que ele precisa de castigo e punições. Mas você conhece o seu filho melhor do
que ninguém. Você o conhece desde que esse mexeu pela primeira vez no seu
ventre, desde que ele veio à luz das suas entranhas, desde que ele mamou no seu
peito. Se existe algum grande especialista no comportamento do seu filho, é
você mesmo, e mais ninguém. O amor e o afeto que vocês sentem um pelo outro é,
e sempre foi, muito maior do que quaisquer castigos, palmadas, gritos, ou
cantinho do pensamento. Então, cultive o amor, e deixe-o florescer diariamente.
Cultive o amor no contato pele a pele com
o seu filho desde bebê, na hora do banho, da massagem, da troca de fraldas, no
colo sempre disponível, na amamentação em livre demanda. Mesmo que seu filho já seja crescido, procure momentos
prazerosos para o contato físico. Uma criança jamais se esquecerá da sensação
de ouvir uma música ou uma história aninhada no colo da mãe ou do pai.
Cultive o amor desligando a TV, o
computador, o videogame, o celular e todos os outros aparelhos eletrônicos, e
dedique algumas horas diárias de atenção integral ao seu filho. Brinque com
ele, se divirtam pintando, rasgando, melecando, ouvindo música, jogando um joguinho
de tabuleiro, passeando com o cachorro, andando de bicicleta, fazendo qualquer
coisa que lhes dê prazer juntos.
Cultive o amor incluindo o seu filho nos
afazeres domésticos, pedindo que ele lhe ajude na hora de preparar uma
refeição, separar as roupas para lavar, limpar o quintal, mesmo que isso faça
com que uma simples tarefa demore o dobro de tempo, porque ele ainda está
aprendendo.
Cultive o amor mantendo o contado com a
natureza, desfrutando de momentos ao ar livre com o seu filho, ensinando-o a
respeitar todas as criaturas, mesmo as mais simples, como um animal de
estimação, ou um animal que está abandonado na rua.
Cultive o amor tratando o seu filho e a
todas outras pessoas de modo gentil, usando você mesmo as famosas “palavrinhas
mágicas”, mesmo que você esteja cansado, irritado, apressado ou estressado.
Lembre-se de que o seu exemplo o educa muito mais do que as suas palavras.
Cultive o amor sendo empático com o seu
filho. Se ele estiver chorando, com medo, com dor, jamais menospreze os
sentimentos dele. Ouça o que ele tem a lhe dizer, pois algo que pode ser banal
do nosso ponto de vista adulto, pode parecer colossal para uma criança.
Cultive o amor também para consigo, não
cobre perfeição de si mesmo. As crianças têm uma capacidade infinita de perdoar
àqueles que elas amam, e você é a pessoa que seu filho mais ama no mundo. Mesmo
que você já tenha falhado, usando gritos ou palmadas no trato com os seus
filhos, saiba que sempre há a tempo de mudar. Converse francamente com os seus
filhos, peça perdão a eles e prometa que você nunca mais usará castigos físicos.
Mostre a eles que eles podem confiar nessa mudança, e que vocês sempre serão
capazes de conversar e aprender juntos diante dos seus erros.
Ser
pai ou mãe é a tarefa mais difícil, mas também a mais amorosa, que cada um de
nós poderá ter durante toda a nossa vida. E também é a mais imponderável de
todas, pois, não importa o que façamos, não podemos predizer como será a vida
futura dos nossos filhos. A boa notícia é que não precisamos ser perfeitos,
mas, como dizia Winnicott, precisamos apenas ser bons o suficiente. Um dia nossos
filhos serão adultos, responsáveis pelas suas próprias escolhas. Se quisermos
que eles escolham o amor e a ética, precisamos enchê-los disso desde a mais
tenra infância, e esperar que essa semente germine.
E
se, após isso tudo, você ainda tiver dúvidas sobre o poder do amor, se ele é
maior que o poder do castigo e da punição, lembre-se das palavras de São Pedro:
“Mas,
sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a
multidão de pecados.” (1 Pedro 4:8)
(1ª mamada do meu filho em casa: não há amor maior!)